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Seja Bem Vindo (a)

Meu propósito para com este blog, está em coletar e difundir importantes mensagens voltadas para o autoconhecimento, percepções metafísicas, espirituais e poéticas, respeitando e identificando sempre os autores e fontes das mesmas.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Saudades...























Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

Autor: Pablo Neruda




Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.

Créditos: Clarice Lispector

Por: Lisa Teixeira
Fevereiro / 2010

DOÇURA

















Doçura
é a maestria dos sentidos.

Olhos que vêem
o fundo das coisas...

Ouvidos que escutam
o coração das coisas...

Boca que fala
a essência das coisas...

Doçura é o resultado
de uma longa
jornada interior
ao âmago da vida

e a habilidade de lá
descansar e assistir.

O que é
realmente doce
nunca pode ser
vítima do tempo...

Porque doçura
é a qualidade
da pessoa
cuja vida
tocou a eternidade.


Fonte: Portal dos Anjos
Créditos: Brahma Kumaris

Por: Lisa Teixeira
Fevereiro / 2010

sábado, 13 de fevereiro de 2010

OS VALORES DO CÓDIGO DA TÁVOLA REDONDA



































Desde quando eu era ainda uma menina foi marcante para mim ouvir histórias de cavaleiros que tinham a missão de salvar suas princesas de dragões, bruxas ou outros perigos eminentes, época em que os contos medievais com seus castelos, reis e rainhas, bravos guerreiros a desfilar em cavalarias com suas espadas reluzentes, dançavam em minha mente de uma forma mágica e envolvente formando símbolos místicos caracterizados pela busca de conhecimento, de novos limites, até mesmo territoriais.
Lembro-me que meus pais passavam-me valores morais e religiosos que eram muito fortes para a época e importantes para a minha conduta futura, porém, sempre tive meu próprio modo de pensar e questionava vez por outra esses padrões de conduta, principalmente os religiosamente impostos e que não faziam sentido pra mim.
E de lá para cá, esses contos, lendas ou não, vem exercendo um certo fascínio sobre mim, e fui formando histórica e literariamente um embasamento para criar minhas próprias crenças e padrões, histórias talvez frutos da minha imaginação e/ou lembranças de vidas anteriores muito fortes e que me fazem viajar pelo tempo.
Dentre todas as histórias que ouvi, a que mais se aproximou dos meus sonhos e devaneios foi a lenda da corte do Rei Arthur e seus cavaleiros.
Como em todos os meus fatos passados, não se pode distinguir mais o que foi real do que é fruto da minha imaginação literária, mas pra mim o que importa mesmo são os valores transmitidos e que servem de estímulo às minhas ações atuais.
Valores esses... passados por meus pais, os mesmos que encontrei nos códigos e princípios explicitados na lenda do rei Arthur e seus cavaleiros. É o passado possibilitando a concretização desses valores no presente que eu mesma criei.

OS VALORES DO CÓDIGO DA TÁVOLA REDONDA SÃO:

1 - Buscar a perfeição humana * AMIZADE
2 - Retidão nas ações * HONESTIDADE
3 - Respeito aos semelhantes * RESPEITO
4 - Amor pelos familiares * AMOR
5 - Piedade com os enfermos * SOLIDARIEDADE
6 - Doçura com as crianças e mulheres * PACIÊNCIA
7 - Ser justo e valente na guerra e leal na paz * ESPERANÇA

E por mais uma vez, fui fazendo minhas pesquisas pela net...talvez para encontrar conteúdos mais palpáveis que pudessem transmitir toda a magia desta lenda enigmática que está tão intimamente e misteriosamente inserida em mim, para que juntos possamos viajar até os confins dos tempos.

OS CAVALEIROS DA TÁVOLA REDONDA

Os Cavaleiros da Távola Redonda formavam um grupo fechado de jovens corajosos ligados por um código comum e tendo como objetivo a Busca do Graal, além da defesa dos fracos e oprimidos e a busca da justiça. Eles não foram os primeiros, na história da Humanidade, a sair em busca do Santo Graal (cálice santo, contendo a gota do sangue de Cristo, retirada por José de Arimatéia, e que tinha em si o prodígio da sabedoria, do conhecimento dos mistérios). Essa busca remonta aos antigos habitantes da Europa, os Celtas, que, através de seus druidas, procuravam a Cornucópia, que continha a riqueza da vida.


A Távola Redonda também, segundo alguns pesquisadores representa o símbolo cósmico do todo, com o Graal em seu centro místico e os doze leais cavaleiros representando os signos do zodíaco.

Em 1976, a távola redonda foi alvo de uma extensiva investigação científica, até então a távola teria sido datada pelo carbono 14 como existente desde 1463 e provavelmente pintada pelo rei Henrique VIII em 1522.

Agora, com a tecnologia mais avançada, o método do radiocarbono (carbono 14), e o estudo da carpintaria prática mais especializada foi revelado que a távola redonda foi construída em 1270, no início do reinado do rei Edward.

Sabe-se que o rei Edward tinha grande interesse pelas histórias arturianas e teria ido a Glastonbury junto com sua consorte Lady Eleanor para celebrarem a Páscoa e ir também na abadia, onde ordenou que abrissem o túmulo de Arthur.



A Távola Redonda sabe-se, que provavelmente fora usada em muitos torneios que o rei Edward gostava de realizar.

As lendas arturianas adaptavam-se bem aos ideais das cruzadas e da cavalaria que despontaram nos séc. XI, XII e XIII. Os cavaleiros de Artur serviam de modelo a todos os guerreiros como cruzados triunfantes em busca do Santo Graal, o cálice utilizado por Jesus Cristo na última ceia.


Mas a crença de que o rei não morreu e regressará com os seus cavaleiros, a fim de retomar a luta contra os males do mundo continua viva...

Awen!
Mistérios Antigos
www.misteriosantigos.com


Por: Lisa Teixeira
Fevereiro / 2010

AVALON - A Terra da Deusa





















Avalon, a terra dos Deuses, a ilha das maçãs... Reino perfeito de amor e beleza, a busca constante de todo o ser humano que, apesar de todas as desilusões, ainda tem a esperança de fazer deste mundo uma lenda real, ou seja, um lugar melhor para se viver.

A maçã representa a imortalidade, o conhecimento e a magia. Existem vários relatos referentes a sua simbologia e às viagens célticas, conhecidas como Immran, ao Outro Mundo, supostamente, uma realidade contígua à realidade comum.

Os Immram, são jornadas místicas, nas quais um herói é atraído por uma fada, que lhe entrega um ramo de maçã e o convida para ir para o Outro Mundo, como em "A Viagem de Bran", Filho de Febal. Outro Immram, relata "A Viagem de Maelduin", que trata da busca do herói pelos assassinos de seu pai. Ele passa por uma ilha onde encontra uma macieira e dela corta um ramo com três maçãs. Estes frutos são capazes de saciar a sua fome e a de seus companheiros por quarenta dias sem ingestão de qualquer outro alimento. (Jean Markale, 1979:246).

Avalon também recebe o nome de Ilha Afortunada, pois suas colheitas são fartas e abundantes. Diz a lenda que, era governada por Morgana e suas nove irmãs, sacerdotisas guardiãs do caldeirão do renascimento, símbolo da Grande Deusa, capaz de curar todos os males. Além de evocar as brumas para adentrarem à ilha encantada.

Avalon está associada a Caer Siddi (Fortaleza das Fadas), o Outro Mundo ou Annwn, a Terra da Eterna Juventude. Ilha feérica, onde apenas o povo das fadas e os nobres cavalheiros de alma pura podiam adentrar.

Existia em Caer Siddi uma fonte que jorrava vinho doce e onde o envelhecimento e a doença eram desconhecidos. Entre os seus tesouros havia um caldeirão mágico, tema diretamente ligado à abundância existente na Ilha das Maçãs. (Ellis, 1992:25; Geoffroy de Monmouth, Vita Merlini e Jean Markale, A Grande Epopeia dos Celtas).

Na mitologia céltica existem dois tipos de mitos sobre o caldeirão: o caldeirão do renascimento e o caldeirão da abundância. Dagda, pai de todos os Deuses, possuía um caldeirão proveniente da cidade de Múrias. Ao provar dele, ninguém passava fome, (Ellis, 1992:77). Já Matholwch recebera o caldeirão do renascimento do Deus Bran e com ele era possível ressuscitar um morto, mas que perderia a capacidade de falar. (Mabinogion, 1988:31).

O caldeirão, mais tarde, deu origem ao mito do Graal, inicialmente nas obras de Chrétien de Troyes. Com a sua cristianização em fins do século XII, o conteúdo do cálice passou a ser o sangue de Cristo. Simbolizando o conhecimento e o alimento da alma. A propósito da temporalidade do Outro Mundo, representada pela "Insula Pomorum", Ilha Paradisíaca, onde a passagem do tempo não é percebida pelos humanos que para lá vão, como pode ser visto nos relatos sobre Bran. (Le Goff, 93).

A ilha sagrada de Avalon não existe nas dimensões de tempo e espaço conhecidos por nós. Ao longo dos séculos, as pessoas tentam localizá-la, em locais como: o País de Gales, a Irlanda, a Cornualha e a Bretanha.

A cidade de Glastonbury, em Somerset na Inglaterra, é particularmente associada a Avalon, através dos seus mitos e lendas locais, relacionando a colina do Tor como sendo a entrada do Annwn, lar de Gwynn ap Nud, o rei das fadas e guardião do submundo. Descendo a colina, em meio aos carvalhos, chega-se a "Chalice Well Gardens", os Jardins do Cálice Sagrado, fonte de água avermelhada com propriedades curativas, reforçando o mito do Santo Graal.

Invisíveis aos olhos descrentes, as brumas revelam seus mistérios apenas aos que servem ao princípio maior, junto aos Deuses. A lenda se torna realidade, mas o medo, como sempre, é o grande desafio daqueles que estão na travessia deste portal mágico, prestes a desvendar os segredos do Outro Mundo.

Avalon é o templo do mundo interior, terra da eterna magia e saber que oferece iniciação e esclarecimento a todos que iniciam nessa jornada. E, somente, aqueles que compreendem que a vida é infinita em suas possibilidades poderão abrir as portas deste mundo.

O universo nos coloca, sincronicamente, em caminhos que irão modificar não apenas a nossa existência, mas toda a realidade que nos cerca.

Avalon se apresenta nos corações daqueles que são sinceros e seguem o que lhes foi traçado pelos Deuses, mas, somente nós somos os responsáveis por tecer o fio do nosso destino.







MISTS OF AVALON - FILME COMPLETO (LEGENDADO)
































































A Luz da Deusa é a divina inspiração que nos chama, a todo instante, ao seu sagrado caminho.

A espiritualidade é a energia presente em todos, a essência da vida que nos leva ao equilíbrio e a plenitude. Através da sensibilidade e da intuição começamos a discernir aquilo que é melhor e o que realmente faz a nossa alma feliz.

Avalon é a lenda que nos desperta para essa nova realidade!

























A LENDA E O MITO


São as lendas e os mitos que tornam os nossos dias mais reais e cheios de magia!

Sabemos que muitas lendas sobre o famoso Rei Arthur, foram inventadas, além do seu fim misterioso, bem como, a existência do livro, "As Brumas de Avalon" de Marion Zimmer Bradley, romance envolvente, mas que poucas verdades nos traz sobre os povos celtas.

Os primeiros registros sobre Arthur, diz que ele viveu entre os séculos V e VI e liderou os bretões contra o avanço saxão no cerco da Colina de Badon (não há certeza sobre o local exato, provavelmente na Inglaterra). Alguns textos históricos datados entre os anos de 400 - 550 d.C, e que o descrevem, são:

- De Excidio Britanniae (A Destruição da Bretanha), de Gildas.

- Historia Brittonum (Histórias dos Bretões), de Nennius.

- Annales de Cambriae (Anais de Gales), de autoria desconhecida.

O folclore também é repleto de referências sobre as civilizações perdidas, como o povo ancestral dos Reinos do Mar da Atlântida, as ilhas submersas de Ys e Lyonesse, supostamente os ancestrais de Avalon. E, segundo as lendas artutianas, a terra natal de Tristan e o local da batalha final entre Arthur e Mordred.

Glastonbury e o Caminho Espiral de Tor nos remete, novamente a Avalon, Camelot, aos Cavaleiros da Távola Redonda e a busca do Santo Graal. O Graal relacionado-se à Pedra Filosofal, à Fênix e ao Caldeirão do Renascimento. Nesse ponto existe uma linha muito tênue, onde dois mundos tão distintos se encontram.

Avalon é o despertar natural da consciência. A fonte inesgotável de sabedoria da tríplice divina da Deusa: a Donzela, a Mãe e a Anciã. O reencontro dos Deuses dentro do nosso templo sagrado. Que assim seja!

Poucos são os autores que especulam sobre o tema "Avalon, residência dos Mortos" e menos ainda os que se atrevem a situá-la. Alguns o fizeram de uma forma extravagante, situando-a no Mediterrâneo.

A crença de alguns de que esta ilha não era outra que a Sicília, explica o fenômeno de miragem que se produz no estreito de Messina se conheça com o nome de "fata morgana", recordando a feiticeira.

Avalon está inserida em uma relação de ilhas, algumas são verdadeiras, outras fruto de diversas obras literários. Avalon se encontra em lugar indeterminado, que está vinculada aos celtas, não só os de Gales, mas também da Irlanda.

Os irlandeses tinham a idéia de um enorme paraíso ocidental. Lá havia uma Ilha das Maçãs de sua propriedade. Emain Ablach, doce lugar onde habita o deus dos mares Manannan. Emain Ablach só era uma das ilhas do arquipélago atlântico, que se ampliava em direção ao sol sem limites conhecidos. Lá se encontrava Tir Nan N-Og, a "Terra dos Jovens", Tirfo Thuinn, Tire Nam Beo, Terra dos Vivos; Tirn Aill, e Outro Mundo; Mag Mor, Mag Mell, entre outras.

Havia também uma "Terra de Mulheres", habitada por fadas parecidas às da irmandade de Morgana. Acreditava-se que essa ilha era um vasto país sustentado por quatro pilares de bronze e habitado unicamente por mulheres.

Essas ilhas eram terras onde tudo era felicidade, paz e abundância. Não existe o envelhecimento nem o trabalho, porque tudo cresce sem necessidade de semear e nas árvores sempre há frutos.

Algumas dessas ilhas flutuam e outras ficam submersas e só saem a superfície à noite. O rei Artur navegando em sua mágica embarcação "Prydwen", visitou muitas dessas ilhas.

Avalon, para quem ainda a procura, é a viagem ao coração. É conhecida também como o "Céu de Artur", uma ilha do amor incondicional, onde tudo se harmoniza com a transmutação da energia luminosa do amor. Avalon é um reino interior. É a maravilhosa essência do verdadeiro ser nascendo a cada dia em nosso interior. É a nascente do amor no íntimo. E Morgana é a fada que nos faz refletir sobre tudo isso, pois foi ela, com todo seu amor, empregou todas as suas artes para curar as feridas de Artur.
A jornada dos homens e mulheres pela vida assemelha-se à jornada épica de muitos mitos. O herói que busca a verdade, poder ou amor reflete-se em nós, que buscamos o significado da vida e os tesouros, como o amor, que dão razão à vida. No entanto, cada um deve descobrir seus elementos de busca pessoais.

Nossa jornada se inicia na busca interior dos segredos adormecidos dentro de nós. A mente é o começo, nossas atitudes o resultado final e a percepção, que vai além da lenda e do mito, os elementos fundamentais para a nossa evolução espiritual. Nosso objetivo é resgatar a espiritualidade dos druidas, através dos antigos mitos arturianos, lendas, história e cultura dos povos celtas. Avalon, conhecida como a ilha das maçãs, a ilha mística que separa o mundo profano do mundo divino... Uma analogia aos arquétipos dos mitos arturianos que facilitam o nosso caminhar rumo aos Deuses, juntamente com o ciclo da natureza que percorre as estações do ano, concluindo assim, sua trajetória de morte e renascimento. O verdadeiro código elemental. Apesar das controvérsias entre fato e ficção, rudes guerreiros da tradição celta são transformados em nobres cavaleiros e as heróicas buscas de testemunhos druídicos tornam-se aliados ao poder do mito e da lenda em busca da verdade, divulgando o paganismo e a mitologia céltica com seriedade e bom-senso. Miticamente, a colina do Tor, em Glastonbury, representa a entrada do Outro Mundo, Annwn ou Portal de Summerland, Terra do Eterno Verão, da magia e do Awen sagrado, a inspiração divina. Misteriosa ilha, cantada em verso e prosa por trovadores medievais, inspirados na beleza dos antigos costumes celtas. Através da Arte Antiga, que o poder dos bosques da ilha sagrada renove as energias e reavive a esperança, outrora perdida em nossos corações. Não como uma lenda morta, mas como um ideal vivo e realizável. Pois a magia está na sabedoria de cultivarmos apenas aquilo que queremos de volta para nós.
Peço então, que as brumas dêem passagem aos conhecimentos e ao saber dos Antigos, o real caminho da verdade, do bem e do belo. Este espaço é dedicado a todos aqueles que buscam viver de maneira plena e em concordância aos princípios maior da grande natureza, abençoados pela terra, o céu e o mar... Que assim seja!

Créditos: Texto retirado do site A verdade liberta você e vídeos retirado do Youtube.
Por: Lisa Teixeira
Fevereiro / 2010

A LENDA DO REI ARTHUR






















* Há duas versões da lenda para a transformação de Arthur em Rei, são elas:

A VERSÃO DE EXCALIBUR

Conta essa versão que Uther Pendragon estava sendo perseguido por inimigos que lhe armaram uma emboscada e antes de morrer fincou a sua espada mágica numa pedra e disse que o próximo rei seria quem a retirasse desta pedra. Para satisfazer suas vontades de se transformarem em rei, todos os grandes guerreiros tentaram, e passaram a organizar torneios anuais onde o vencedor receberia a chance de tentar retirar a espada mágica da rocha. Arthur, nessa época, era criado por Ectório e era o seu filho mais novo (de criação) e ele, como acontecia na era medieval, era o Pajem de seu irmão mais velho Cai. Numa dessas batalhas Arthur perdeu a espada de Cai e quando viu a espada encravada na rocha retirou-a e levou-a a seu pai. Neste momento alguns se ajoelharam e um outro senhor, Ban da Bretanha, jurou Guerra ao bastardo. Começada a guerra, Arthur imobilizou Ban e pediu para Ban jurar fidelidade a ele.
Ban disse que não juraria fidelidade a um rei que não tivesse ainda se tornado um cavalheiro de verdade. E Arthur, sem pestanejar disse: "Estás certo meu senhor, faça-me então cavalheiro e jure fidelidade ao seu rei." Diante disso, Ban não acreditando na coragem do jovem, tomou a Excalibur em suas mãos e fê-lo cavalheiro jurando-lhe fidelidade diante de todos os seus soldados. Assim, Arthur foi feito rei de toda a grande Bretanha.


A VERSÃO DAS BRUMAS:

Igraine foi forçada por Viviane a se deitar com Uther para que ele lhe fizesse um filho. Depois disso, Arthur foi dado a Ectório para ser criado como um bastardo, visto que ele fora feito enquanto Igraine ainda era mulher de Gorlois da Cornualha, e isso não seria aceito por seus súditos. Quando Uther morreu, Arthur foi levado para Avalon para ser coroado de acordo com as celebrações do Gamo-Rei, e depois do ritual ele teve que se deitar com a Deusa incorporando o gamo, para com isso finalizar a sua coroação.
Após a coroação, Arthur recebeu a espada mágica excalibur que tinha uma bainha confeccionada pelas mãos das sacerdotisas de Avalon, e seus símbolos significavam as mágicas que ela continha. Para a confecção dessa bainha, a sacerdotisa dava também seu sangue para a magia, e dentre outras mágicas, a bainha continha a proteção contra ferimentos e desmaios. Com essa espada e a bandeira do pendragon mantida como a bandeira do reino, Arthur conseguia que os povos antigos fossem seus aliados para o resto da sua vida. E não feria as tradições da Igreja Católica, uma outra forte aliada. Nesta cerimônia, Arthur jurou fidelidade aos preceitos da Antiga Religião.

Os Personagens da Lenda:

REI ARTHUR

Arthur, o rei, é a personagem principal desta lenda. Ele foi coroado aos 15 anos, após a cerimônia do Gamo Rei, onde ganhou a Excalibur (sua espada mágica). Existem duas versões para esta história, que serão contadas mais adiante.
Ele teve uma irmã (Morgana) e um irmão de criação (Cai), sua mãe (Igraine) era filha da Senhora de Avalon e irmã de Viviane (Sacerdotisa atual de Avalon na saga).
O Mago Merlim é pai da mãe de Arthur, seu avô de direito. Arthur não teve filhos de seu conhecimento, mas ele foi pai em conjunto com Morgana no ritual do Gamo Rei. Morgana nunca contou ao seu irmão sobre o acontecido, visto que nesse ritual os corpos eram doados aos deuses para a unificação do ritual que será explicado na história do "Gamo Rei". Arthur criou a Távola Redonda, onde todos os seus cavaleiros se sentavam à uma mesa redonda de acordo que não houvesse ponta nem cabeceiras, reafirmando que todos eram iguais perante ao rei e perante ao Cristo.
Arthur traiu o povo das fadas (seus familiares por parte de mãe) ao negar a bandeira do Pendragon e instituir em Camelot a bandeira com a cruz do Cristo e a Virgem Maria. Essa bandeira foi confeccionada por Guinevere, sua esposa e rainha de Camelot.
Arthur, após a mudança do reino de Tintagel para Camelot, começou a dar ouvidos a sua esposa e fazer tudo o que ela queria, com isso negou aos seus ancestrais, traiu o povo de Avalon e instituiu uma religião una em toda a Bretanha, o Cristianismo.



A RAINHA GUINEVERE:

Guinevere (ou Gwen) ainda era uma moça quando se casou. Ela foi aceita pelo rei que nem mesmo a conhecia; mais por causa do seu dote do que por qualquer outra coisa. Gwen trazia consigo 100 cavalos de guerra pesados e 100 soldados para montá-los. Arthur ao vê-la encantou-se, mas o coração de Gwen já era de Lancelot do Lago, o chefe da cavalaria de Arthur. Gwen teve dias felizes em Camelot e em Tintagel, mas o seu amor proibido fazia com que uma angústia enorme acompanhasse a Rainha da Bretanha. Gwen não era tão boazinha quanto parece: ela tornou-se uma mulher fria, calculista e vingativa; deu forças para que Morgana se casasse com um velho rei e fez com que Lancelot tomasse ódio de Morgana. Guinevere tinha muitos ciúmes de Morgana; a rainha era também muito católica e fez com que Arthur trocasse a bandeira do Pendragon pela cruz do Cristianismo e com isso criou o início da decadência do reinado do seu marido. Guinevere também mantinha encontros furtivos com seu verdadeiro amor, Lancelot. A figura da rainha é retratada como a mulher que se impõe num regime onde ela não tem vez. Guinevere e Morgana formam a espinha dorsal da trama e desencadeiam todas as histórias que acontecem dentro do reino.
Guinevere é exilada mais tarde por Arthur devido a sua vida "indigna" com Lancelot.


O MAGO MERLIM

Merlim era um título dado ao sacerdote mais graduado na religião antiga. O Merlim era como se fosse o representante masculino da Deusa. Ele, juntamente com a Sacerdotisa de Avalon, formavam o elo entre a magia e os humanos. O Merlim, no início da lenda, é o Taliesin (aquele velho de barba branca, como ficou imortalizado na mente das pessoas) que teve duas filhas importantes no enredo da lenda: Igraine (a mãe de Arthur) e Niniane (a Sacerdotisa de Avalon que substituiu Viviane). Taliesin foi também o articulador e conselheiro do reino de Ambrósio e Uther Pendragon. Já no reino de Arthur ele participou do início mas pela sua idade foi substituído por Kevin, o Bardo. Kevin era um homem com problemas físicos, foi surrado por um cavaleiro na sua infância e com isso tem problemas para se locomover, ficando corcunda e manco, e mesmo os problemas nas mãos não o impediram de fazer valer o seu maior dom: a Harpa. A bela voz também o acompanhava, Kevin era o melhor harpista de todo o reino de Camelot e empunhava a sua amada (a sua harpa) de uma forma peculiar, pois não tinha forças para erguê-la e por isso abaixava-se junto ao instrumento como que reverenciando-o por todos os belos sons que ele emitia. Kevin era calmo e muito lúcido, e por vezes se mostrou até pouco radical quanto à sua religião para não ferir os propósitos maiores que era manter a religião pagã viva e não torná-la a mais importante da Bretanha. Nesse período, os antigos já tinham a certeza de que a sua religião não era mais a dominante na região, mas que apenas continuaria viva e deveria se respeitada assim como a católica.
O papel do Merlim na trama a partir daí não era o de fazer magia e feitiços, mas sim de mostrar ao seu povo que ele continuava junto ao rei e com isso assegurar a paz entre o reino e os povos antigos, tornando-os aliados incontestáveis. O Merlim era um título e não um homem, é bom que isso fique muito bem claro.





LANCELOT





























Lancelot era filho de Viviane, o melhor guerreiro da Távola Redonda e o Mestre de Armas de Arthur. Lancelot mantinha vínculos com Avalon e sempre que podia visitava sua mãe, porém ele não seguia nenhuma das duas religiões da época (Católica e Wicca), Lancelot não era um homem ligado aos cultos religiosos, embora pertencesse à linhagem real e tivesse a visão. Ele era apaixonado por Guinevere, antes mesmo desta se tornar rainha. A sua vida sempre foi regada por vitórias em batalhas e campeonatos, Lancelot era o mais valioso guerreiro do rei e o mais hábil domador de cavalos selvagens. Casou-se tarde, com a filha do rei Pelinore e, com isso, se afastou um pouco do reino de Camelot e da rainha Guinevere, com quem mantinha encontros furtivos e a quem realmente pertencia o seu coração. O seu romance com Guinevere foi descoberto pelos cavaleiros da Távola Redonda, e depois disso ele foi expulso do reino de Arthur e nunca mais voltou. Lancelot morreu velho no reino de seu sogro, o Rei Pelinore.


MORGANA DAS FADAS

Morgana era a irmã mais velha de Arthur. Filha de Igraine e Gorlois da Cornualha. Ela foi criada em Avalon como uma sacerdotisa, segundo as ambições de Viviane, sua tia, Morgana seria a próxima Senhora de Avalon, pois tinha a linhagem real e era muito aplicada à Deusa e aos seus ensinamentos. Mas, depois da Cerimônia do Gamo-Rei, onde Morgana foi dada ao seu irmão Arthur em nome da deusa, ela se aborreceu com Viviane e com o que foi obrigada a fazer e abandonou Avalon. Foi morar com Morgause (sua tia) e depois foi para a corte de seu irmão. Morgana também era apaixonada por Lancelot, mas este nunca a quis por ela ser sua prima e por ver em Morgana sua mãe Viviane. Morgana armou o casamento de Lancelot, e, com isso, afastou-o de Guinevere se vingando de tudo que sofrera até então. Morgana teve um filho (Gwydion ou Mordred) com o rei Arthur, que depois de muito tempo voltou para Camelot e se tornou o conselheiro de Arthur até virar o grande herdeiro do trono depois da morte do filho de Lancelot. Morgana foi expulsa de Camelot depois de roubar a bainha mágica de Excalibur e jogá-la no lago sagrado. Morgana não concordava com a transformação de Camelot num reino cristão e lutou com todas as suas forças para derrubar Arthur do poder. Ela fracassou em todas as tentativas dessa sua luta pessoal e perdeu com isso a amizade dos poucos que gostavam dela. Acolon, um consorte dela, morreu tentando derrubar o rei para Morgana, isso a deixou muito abalada e fez com que ela se exilasse em Avalon para a eternidade. Morgana morreu velha em Avalon que se perdeu para sempre nas brumas.


VIVIANE - A Senhora de Avalon

Viviane é uma das grandes personagens da trama. Ela é irmã mais velha de Igraine e Morgause. Viviane teve dois filhos, Lancelot e Balam. Lancelot se tornou o mestre de guerra de Arthur e Balam era um dos cavaleiros do Rei. É a tia de Morgana e Arthur. Viviane é a fiel representante da Deusa, a Sacerdotisa de Avalon. Ela ganhou muitas inimizades devido à sua devoção incondicional às suas crenças. A primeira a se revoltar quanto ao seu modo de agir foi Igraine, que teve de casar com Gorlois de acordo com a vontade da Deusa, e depois teve que se dar a Uther antes mesmo de se tornar viúva, para conceber Arthur. Viviane morreu pelas mãos do meio irmão(Balim) de seu filho.
Ela esteve na comemoração de Pentecostes para requerer que Arthur continuasse fiel às suas promessas de respeito à religião dos povos antigos. Balim, Cavaleiro do Rei, aproveitou-se disso para matá-la em frente a toda corte e sofreu as punições devidas a uma desonra como essa. Balim foi morto por Lancelot em vingança a sua mãe, com o consentimento do Rei Arthur. Viviane foi enterrada em frente a um convento no memorial da Corte, a contra-gosto de Morgana que queria levar o corpo a Avalon para que ela recebesse as últimas saudações




UTHER PENDRAGON

Uther Pendragon foi o rei que substituiu Ambrósio. Uther era o capitão da guarda de Ambrósio, não sendo herdeiro por direito, visto que não era filho do rei. Com a morte de Ambrósio, Uther era o seu preferido, e por isso foi o escolhido.O novo rei foi leal ao seu povo e muito voltado para os combates, já que era um ótimo guerreiro.Ele se apaixonou por Igraine que até então era a esposa de Gorlois, Duque da Cornualha. Igraine também se apaixonou por ele e Merlim os ajudou a ter uma noite de amor enquanto Igraine ainda era casada. Uther usou as roupas de Gorlois e com um encanto todos acharam que este realmente era o Duque e entrou no quarto de Igraine para passar a noite com ela. Desta noite surgiu Arthur o Grande Rei.Depois disso Gorlois foi morto pelos homens do Rei e Uther pde se casar com Igraine.PENDRAGON - era um título dado ao mestre das armas. O Pendragon era o melhor guerreiro, o mais respeitado e o chefe de guerra.


IGRAINE

Igraine era filha da Grande Sacerdotisa, irmã de Viviane (a Senhora do Lago) e de Morgause.Ela foi treinada para ser sacerdotisa em Avalon assim como sua irmã mais velha, mas Viviane a entregou para Gorlois e este a fez sua esposa.Ela teve uma filha de Gorlois (Morgana), e depois teve um filho de Uther (Arthur). Igraine, enquanto esposa de Gorlois ficou muito longe de sua fé e renunciou a visão (mais por raiva de ter sido casada contra a sua vontade do que por causa do afastamento de Avalon), e foi muito infeliz com este casamento. Depois, com Uther, o homem que amava, foi feliz e deu um herdeiro a ele. Teve ótimos dias em Tintagel mas, sempre teve muita tristeza por não ter conseguido dar um filho que fosse legitimado o príncipe herdeiro, visto que Arthur nasceu antes de Uther e Igraine constituírem matrimônio, e não poderia ser proclamado herdeiro com o consentimento do povo e de seus aliados.Com a morte de Uther, Igraine foi viver num convento (ela já tinha, nessa época se entregado ao cristianismo), só saindo de lá na ocasião do casamento de seu filho Arthur. Igraine morreu no convento, tendo ao lado somente Guinevere (a rainha) e clamando por Morgana.


O AMOR PROIBIDO ENTRE LANCELOT E GUINEVERE

Guinevere (Gwenwyfar ou Gwen) e Lancelot são duas personagens muito importantes em toda essa lenda de Camelot. De um lado, a grande rainha e mulher de Arthur, o mais justo dos reis, e, do outro lado, o grande herói, o melhor cavaleiro, o chefe da cavalaria real: Sir Lancelot. Esse amor nasceu de uma visita de Lancelot ao reino do pai de Guinevere para cogitar se a herdeira daquele reino era digna de se sentar ao lado do grande rei da Bretanha, Arthur. Os dois se olharam e trocaram sorrisos, e a partir daí nasceu o amor tão comentado e polêmico que decreta a ruína de Camelot. Depois de muitos anos, Lancelot se casa e some de vez do reino de Arthur, mas, com o retorno do grande cavaleiro à Camelot, Gwen e Lancelot voltam a se encontrar e, guiados por Mordred , os Cavaleiros da Távola Redonda armam uma emboscada a fim de desmascarar toda essa traição ao seu grande Rei. Lancelot é descoberto, e numa luta contra os cavaleiros acaba fugindo, mas antes mata Gareth, o filho de Morgause e o seu maior fã. Arthur descobre, manda Gwen para um convento e decreta a expulsão de Lancelot de seu reino. Existe uma outra versão que diz que Arthur condenou Gwen à fogueira e Lancelot veio em seu auxílio e a livrou da morte lutando com muitos soldados do Rei e decretando guerra a Arthur, mas isso é por mim visto como muito romântico e fantasioso, cabe ao leitor acatar a versão da lenda que lhe é mais apropriada, lembrem-se que o meu objetivo é narrar os fatos e não impor qual é o certo e o errado. Por fim, Gwen acaba voltando para Camelot depois de um pedido de perdão de Lancelot e a sua promessa de nunca mais voltar ao reino de Arthur enquanto os dois viverem.



O FILHO DE MORGANA

Mordred (ou Gwidion) era o filho de Morgana e Arthur, nascido da Cerimônia do Gamo Rei. Mordred foi criado em segredo longe dos olhos de Arthur por Morgause e aprendeu as artes da guerra em território saxão (os saxões eram inimigos do povo de Arthur, os bretões). Mordred voltou e se apresentou ao rei como filho de Morgana e foi feito cavaleiro da Távola Redonda por Lancelot, depois de desafiá-lo publicamente em uma festa de Pentecostes. Mordred também foi treinado para ser um Merlim da Bretanha em Avalon, e era como sacerdote que ele negara toda a religião cristã e se tornara o conselheiro de Arthur (que sabia que Mordred era seu filho). Mordred se tornou herdeiro do reino depois da morte de Galahad (filho de Lancelot) na busca do Santo Graal. Contudo Mordred nunca assumiu esse trono. Ele morreu antes disso numa batalha, depois de comandar a derrocada do reino de Arthur revelando a todos o romance de Gwen e Lancelot. Mordred tinha raiva de seus pais por o terem abandonado e queria muito se vingar do rei por questões pessoais e pela traição à Avalon.
Existe uma versão que diz que Arthur e Mordred morreram lutando um contra o outro, e fala-se também que Lancelot matou Mordred e depois morreu guerreando contra Arthur. Todas essas versões enriquecem essa história maravilhosa!

A TÁVOLA REDONDA

A Távola Redonda nada mais era do que uma mesa redonda que Arthur ganhou do pai de Guinevere em seu casamento (Aliás, Arthur se casou com Guinevere por causa de um dote de 100 cavalos de guerra pesados e 100 soldados cavaleiros). Após isso, com a criação de Camelot, Arthur mandou construir um salão enorme para colocar essa mesa, de modo que todos os cavaleiros pudessem se reunir, não havendo lugares mais importantes entre eles, visto que, na mesa não haviam quebras e por isso simbolicamente todos os presentes eram iguais. Os "Cavaleiros da Távola Redonda" eram todos os homens que eram feitos cavaleiros por Arthur ou os que eram formados fora do reino e que tenham sido absorvidos por Arthur como sendo de confiança (Lancelot, Gawaine e outros). A história fala de 12 cavaleiros, mas isso não deve ser uma regra.

A CRIAÇÃO DE CAMELOT

Camelot era o reino do Rei Arthur e dos Cavaleiros da Távola Redonda. Ele foi criado depois que Arthur conseguiu expulsar os saxões de sua terra, ganhando com isso a aliança dos inimigos. Antes, Arthur morava no Castelo de Tintagel, onde era a base de seu reino. Em Camelot, Arthur construiu a sala da Távola Redonda e foi aí que começou a ser criada a ordem dos Cavaleiros da Távola Redonda (que eram todos os homens feitos cavaleiros por Arthur). O local era em cima de uma montanha, rodeado por um lago e muito fortificado visto que a altura facilitava a visão da guarda. Foi ali que Arthur conseguiu a felicidade e a calmaria.

Camelot seria o reino onde Arthur estabelecera sua corte, mas onde ficava Camelot e de onde teria surgido este nome?
Supõe-se que o nome Camelot, referindo-se à suposta capital de Arthur, tenha sido dado pela primeira vez, no século XII, pelo romancista francês Chrétien de Troyes. Não há nenhuma garantia histórica sobre a existência de tal capital e essa idéia só entra na história depois que o general Arthur se transformou mitologicamente na figura do rei. Acredita-se que Camelot seja uma corruptela francesa para Camalodunum, nome romano de Colchester. Em 1542, um antiquário chamado John Leland visitou a colina de Cadbury (ao lado), em Somerset, que os habitantes chamavam de Palácio de Arthur, e ficou realmente convencido de que lá ficava a Camelot de Arthur, o que levou a chamá-la de Camelot e interpretar erroneamente o nome da vila vizinha de Queen's Camel, dizendo que originalmente poderia ter-se chamado Queen's Camellat. Essa associação infeliz ocultou as prentenções de Cadbury ser a verdadeira fortaleza de Arthur.
Cadbury, próxima a Glastonbury, é um monte de 75 metros de altura cujo topo se estende por 8 hectares. O monte é cercado por quatro elevações, uma acima da outra, remanescentes de antigas obras de defesa. Em 1960, provou-se que o local foi habitado entre 500 e 400 a.C.; que os romanos a encontraram ocupada, massacraram alguns de seus habitantes e removeram o restante para o nível do solo; e que mais tarde desmantelaram o forte e aplainaram o topo da colina. Outro estágio das escavações arqueológicas revelou que a colina havia sido refortificada em 470 d.C., fato provado pela presença, nos muros e pilares, de fragmentos de cerâmica do estilo Tintagel do século V.
Os locais foram sugeridos para a capital de Arthur, como Caerlon-on-Usk, no País de Gales, mostrado nos textos de Godofredo de Monmouth. O patrono de Willian Caxton, que editou a versão de Malory da lenda de Arthur, afirmava que existia uma cidade de Camelot, no País de Gales, que parecem ser os remanescentes romanos de Caerleon. Já Malory identificava Camelot como sendo a atual Winchester. No entanto, parece que as maiores evidências são para a Colina de Cadbury como a fortaleza de Arthur, já que esta servia perfeitamente como quartel-general para alguém que estivesse lutando no sudoeste da Inglaterra, em uma batalha travada no perímetro da planície de Salisbury.

AVALON - O Túmulo de Arthur

Avalon, chamada de Avilion por Malory, surgiu pela primeira vez na história de Arthur através de Godofredo de Monmouth. Godofredo juntou uma miscelânea de tradições com relação à sobrevivência de Arthur e ao lugar de refúgio: tanto para britânicos, bretões ou galeses, o lugar é sempre um paraíso cercado de água, localizado na região costeira, que se chamava Avalon. E disse: "O renomado rei Arthur, gravemente ferido, foi levado para a ilha de Avalon, para a cura de suas feridas, onde entregou a coroa da Bretanha a seu parente Constantino, filho de Cador, duque da Cornualha, no ano de 542 do Nosso Senhor". Mais tarde, no livro Life of Merlin, Godofredo descreve o lugar como uma ilha fantástica, habitado por nove damas, uma das quais a sua irmã, a fada Morgana.
Grande é a associação de Glastonbury com Avalon. A grande abadia de Glastonbury foi fundada no século V. A seu lado havia uma pequena igreja, muito antiga, de paredes de taipa, que se dizia ser o primeiro santuário construído na Bretanha, e, assim, associado a José de Arimatéia, que teria trazido o Santo Graal para a Bretanha. Em 1184, um incêndio destruiu a pequena igreja, bem como a maioria dos prédios da abadia. Um programa de reconstrução foi então iniciado por Henrique II, mas, como demandava somas intensas, era necessário alguma coisa para atrair peregrinos com suas bolsas. Giraldus Cambrensis, um galês de ascendência parcialmente normanda, produziu então, entre 1193 e 1199, um obra intitulada De Principis Instructione, na qual registra que Arthur teria sido um benfeitor da abadia e que teria sido na verdade enterrado nela, já que seu corpo fora encontrado em 1190. Jazia entre duas pirâmides de pedra que marcavam os locais de outros túmulos, a 5 metros de profundidade, envolvido em um tronco de árvore oco. Do lado de baixo do tronco que servia de caixão, havia uma pedra e abaixo dela uma cruz de chumbo na qual estavam gravadas as seguintes palavras em latim: "Aqui jaz enterrado o renomado rei Arthur com Guinevere, sua segunda esposa, na ilha de Avalon". Dois terços do caixão eram ocupados por um homem de tamanho incomum e o restante por ossos de uma mulher, juntamente com uma trança de cabelos loiros que virou pó ao ser tocada por um monge. A tal descoberta teve o sucesso que interessava e Glastonbury tornou-se uma atração turística.
Godofredo de Monmouth dissera que Arthur fora levado embora, mortalmente ferido, para a ilha de Avalon. A partir do momento que os ossos de Arthur teria sido encontrados em Glastonbury, junto com a cruz funerária que dizia que ele teria sido enterrado em Avalon, Glastonbury tornou-se sempre Avalon. Guilherme de Malmesbury, em sua Gesta Regum Anglorum (Gesta do Rei dos Anglos), de 1125, apenas menciona o fato de os britânicos chamarem Glastonbury de Inis Witrin, a Ilha de Vidro. Caradoc de Lancafarn, em sua Life of Gildas, de 1136, repetiu que os britânicos a chamavam de Ynis Gutrin, Ilha de Vidro. Giraldus Cambrensis e Ralph, abade de Coggeshall, em sua Chronicon Anglicanum (Crônica Anglicana), foram os dois primeiros escritores a dizer que Glastonbury era Avalon.

OS ANAIS DA PÁSCOA
A história do Rei Arthur e seus cavaleiros é realmente apaixonante, tanto que no século XII ainda havia derramamento de sangue de bretões e ingleses, sendo que os primeiros lutavam em nome de Arthur. Mas quem foi Arthur? Ele realmente existiu? Se existiu, por que toda sua história está envolta em lendas e sem conteúdo histórico?
O mais empolgante é descobrir que Arthur realmente existiu. Como a Páscoa é uma festa móvel, era necessário fazer cálculos para saber quando cairiam as próximas festas, nos anos seguintes. Essas tabelas de cálculos, existentes em várias abadias, eram chamadas de Tabelas da Páscoa. Eram organizadas em colunas, sendo que a coluna da mão direita era deixada em branco. Nela eram anotados os eventos de importância relevante. Os itens desta coluna eram chamados de Anais de Páscoa.
É comumente aceito que a data do manuscrito que continha os anais é consideravelmente mais velha que os eventos anotados nela; mas os especialistas concordam que, quando novas tabelas de cálculo eram feitas, os principais eventos das tabelas anteriores eram transcritos para as mais novas. No Museu Britânico há um maço de documentos conhecidos como Historical Miscellany (Coletânea histórica) que contém um conjunto de tabelas de Páscoa. Em suas colunas de anais ocorrem dois registros: O primeiro tem sua data discutida, já que o copista teria datado os registros a partir do ano em que se iniciaram os anais, que pode ser 499 ou 518 d.C. Está escrito: "Batalha de Badon, na qual Arthur carregou nos ombros a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, por três dias e três noites, e os bretões foram vitoriosos". No segundo registro de 539, lê-se: "Batalha de Camlann, na qual Arthur e Modred morreram. E houve pragas na Bretanha e Irlanda". O argumento que mais demonstra se tratar de uma evidência histórica é que também Gildas mencionou a Batalha do Monte Badon, cuja ocorrência registrou a mesma data do seu nascimento, descrevendo-a como "a última matança do inimigo, depois do que, durante toda a sua vida, teria sido refreado o avanço saxônico no sudeste e no sudoeste". Além disso, em uma conhecida história marcada por ausência de nomes próprios, Gildas, apesar de não falar no nome de Arthur, cita o nome da batalha, atribuindo-lhe importância singular.
Os anais dizem que Arthur lutou por três dias e três noites, o que é verossímil, pois Gildas chamou essa batalha de cerco obsessio Badonici. O fato de Arthur ter carregado a cruz nos ombros explica-se pela possível troca de palavras shield (escudo) por shoulder (ombros). A localização da colina chamada Badon é controvertida, mas supõe-se que deva estar localizada além de Kent e Essex, na rota do avanço saxônico.
É a partir desta batalha que a penetração anglo-saxônica proveniente do sudeste se interrompe, quando já tinha atingido as fronteiras da planície de Salisbury, em Berkshire e Hampshire, reiniciando somente meio século mais tarde. Não é sabido se Arthur e seus guerreiros atingiram o topo ou se foram os sitiantes; de qualquer modo o resultado foi o massacre dos saxões. Essa referência e aquela em que tanto Arthur como Modred morrem na Batalha de Camlann foram os profundos alicerces com os quais se ergueu a elevada e bem estruturada fama de Arthur.

A HISTÓRIA BRITTONUM

Em segundo lugar, em importância como documento histórico, é a coleção do monge galês Nênio, da metade do século VIII, onde, segundo ele, agrupou tudo aquilo que havia encontrado nos anais romanos, os escritos dos santos padres e a tradição dos sábios. Esta coleção faz parte da Historical Miscellanny e é conhecida como Historia Brittonum (História dos Bretões). Começa com a recapitulação de outros trabalhos, inclusive o cálculo das seis era do mundo, iniciando com o Dilúvio; a seguir vem o que é chamado de seção independente, informações das quais Nênio foi a única fonte. Relata a carreira de Vortigern e o estímulo dado aos saxões. Nênio conta a história da descoberta, feita por Vortigern, de um menino clarividente, chamado Ambrosius, cuja mãe confessa ter sido ele gerado por um íncubo. Esse menino diz que o castelo que Vortigern se esforça tanto para construir não ficará em pé e avisa-lhe para drenar o poço que ele encontrará debaixo de suas fundações. Assim que for esvaziado, nele se descobrirão dois dragões: um vermelho e outro branco, que lutarão entre si. O branco vence o vermelho e o menino diz que a luta prediz a vitória saxônica sobre os bretões.
Depois dessa fábula vem uma passagem que, apesar de ter sido escrito muito tempo depois, será tão preciosa quanto os registros dos Anais da Páscoa. Inicia indicando uma data: "Depois da morte de Hengist, seu filho Octha, proveniente do norte da Bretanha, fixa-se em Kent, de onde inicia a dinastia dos reis de Kent". A ascensão de Octha, sob o nome de Aesc, ocorreu em 488, de acordo com a Crônica Anglo-Saxônica. Nênio continua: "Então, naqueles dias, Arthur lutou contra eles junto com os reis bretões, tendo sido o líder das batalhas". Isto mostra que, após a retirada dos romanos, muitos reis, soberanos de pequenos reinos britânicos, uniram-se contra os saxões, sendo Arthur comandante geral das tropas combinadas. Não foi somente Nênio que afirmou que Arthur não foi um rei propriamente dito; em outro capítulo do livro The Marvels of Britain (As maravilhas da Bretanha), ele o chama de um simples soldado, ou miles; Nênio fala ainda de Cabal, o cachorro, e do túmulo de Anwr, filho de Arthur, o soldado.
A próxima passagem é rápida e misteriosa; é uma lista das doze batalhas onde Arthur lutou, das quais apenas duas são passíveis de identificação. Nênio diz que a primeira batalha ocorreu no rio Glen, que pode ser tanto em Northumberland como em Lincolnshire. A segunda, a terceira, a quarta e a quinta batalhas aconteceram no rio Dubglas, in regio Linnus, o que pode significar Lindsey, em Lincolnshire. A sexta foi em Bassas, nome que não foi traduzido. A sétima foi a Batalha de Caledonian Wood, que se acredita ser uma floresta em Strathclyde. A oitava foi na Tor Guinnion, lugar que não foi identificado geograficamente, mas é assinalado pela narração de que ali Arthur teria carregado nos ombros a imagem da Virgem Maria, por cuja virtude e pela de Jesus Cristo, os pagãos teriam sidos expulsos. A nona ocorreu na cidade de Legion, nome romano de Chester. A décima foi na praia de Tribuit; a décima primeira, na montanha de Agned; e a décima segunda no monte Badon, e foi aí que Nênio disse que tinham caído novecentos e sessenta em um violento ataque desfechado por Arthur. Apesar de não ser possível delinear com exatidão onde ocorreram, parece que as batalhas ocorreram em uma área ampla, que ia de Strathclyde, no noroeste oriental, talvez até Northumberland ou, mais para o sul, até Lincolnshire; de Chester no oeste até algum lugar no sudoeste, onde o combate do monte Badon culminaria com uma vitória definitiva, estabelecendo, por fim, cinqüenta anos de paz.

Fonte: http://www.eusouluz.iet.pro.br/reiarthur.htm
Por: Lisa Teixeira
Fevereiro / 2010

EXCALIBUR - Símbolo de Poder

















Excalibur ou Caliburn é a lendária espada do Rei Arthur. Por vezes são atribuídas a ela poderes mágicos como cortar aço ou é associada a legítima soberania da Grande Britânia. Às vezes Excalibur e a Espada na Pedra (a prova da linhagem de Arthur) são ditas como sendo a mesma arma, mas em diversas versões elas são consideradas diferentes.
Em galês, a espada é chamada Caledfwlch.

EXCALIBUR E A ESPADA NA PEDRA

Nos romances arthurianos várias explicações são dadas para a posse da Excalibur por Arthur. No poema de Robert de Boron, Arthur alcança o trono puxando uma espada de uma pedra. Nesse relato, esse ato não poderia ser feito se não pelo "verdadeiro rei", ou seja, o verdadeiro herdeiro de Uther Pendragon.

Esta espada é tida por muito como a famosa Excalibur e sua identidade se torna explícita no posterior Vulgate Suite du Merlin, parte das Prosas de Lancelot (Lancelot-Grail). Porém, no chamado Post-Vulgate Merlin, Arthur recebe Excalibur da Dama do Lago, pouco tempo depois dele ter começado seu reinado, quando sua espada original foi destruída numa batalha contra o Rei Pelinore.
No Mort Artu, Arthur ordena Girflet a jogar a espada no lago encantado.

No poema grandioso de Jaspion é a poderosa espada, e aquele que a possuir terá a glória eterna. Porém, não deve ser usada para a morte e sim para a reconstrução, fato que Arthur leva em consideração, já que Arthur é a natureza e tudo mais na epopéia de Malory. A história na verdade é muito mais complexa do que isso, diz a lenda que a espada não apareceu na pedra sem nenhum motivo, ela surgiu na verdade por um feitiço do próprio Merlin, para reencontrar o Rei Arthur para que ele pudesse retornar ao trono. Para isso lançou-se um boato de que o próprio rei havia colocado a espada naquela pedra.

Então, Arthur desmemoriado volta até Camelot, onde estava a pedra. Em seguida o rei atual que estava lá sem ser de seu direito lançou um campeonato para encontrar Arthur e matá-lo de uma vez por todas. Os dois finalmente estavam frente à frente. O atual rei não conseguiu tirar a espada do local, mas Arthur sim, e ao fazê-lo recobrou sua memória e assim assumiu o trono.

OBS.: Uther Pendragon (ou Uther, o Pendragon) foi um lendário rei da Bretanha e pai do Rei Arthur. Arthur foi gerado por meio de uma relação entre Uther e a Rainha Bretã de forma cabulosa, visto que Uther, através de um artifício mágico de Merlin, o Bretão, lhe concedeu a forma do marido da Rainha. Enquanto Uther gerava o futuro rei, o verdadeiro marido morria nos campos de batalha. O apelido Pendragon é um nome usado em vários filmes, peças de teatro e livros como nome de feiticeiros, cavaleiros e personagens principais.

Há também uma outra versão de que a Excalibur tenha sido forjada pelo povo do antigo continente de Lemúria e que foi passada ao rei Arthur através de uma senhora, e que após sua morte Merlin teria dado de presente a Excalibur para o reino de Agarta e ali ter ficado como herança para seus reis.

A VERDADEIRA EXCALIBUR

Muitos historiadores atribuem a espada Excalibur a Júlio Cesar, General, Cônsul e Ditador de Roma. Quando César tomou o poder, mandou forjar uma espada com seu nome que se denominava "Cesars Calibur" e guardava essa espada como um grande tesouro. Quando foi morto, a espada junto com outros pertences foi levada e guardada em um local secreto. Quando a expedição de Ricardo Coração de Leão estava a caminho de Jerusalém, parou em um mosteiro para passar uma noite e lá Ricardo ganhou de presente uma espada que já estava guardada a anos. Mas da palavra Cesars Calibur só se podia ver "E s Calibur", devido ao envelhecimento da espada. Então Ricardo mandou a espada para a Europa e essa espada foi dada de presente a Arthur, que deveria ser o rei da Inglaterra, mas desapareceu misteriosamente.



Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Excalibur


A história do Rei Arthur e da Távola Redonda é uma das mais fascinantes e misteriosas de todas as grandes histórias da humanidade. Fruto de quase mil anos de alegorias, fatos históricos, fatos ocultistas, lendas e curiosidades amalgamadas em um conto fantástico que até os dias de hoje gera curiosidade e respeito.

A versão mais conhecida da história do Rei Arthur é uma mistura de diversas outras alegorias e está muito embasada na alquimia medieval e no simbolismo templário

PRIMEIRA PEÇA DO QUEBRA CABEÇA.

A Espada Mágica de Gilgamesh
Ó! Divino Gilgamesh, que todo o viu
Eu te farei conhecer em todas as terras.
Eu ensinarei sobre (aquele) que experimentou todas as coisas.
Anu deu-lhe a totalidade do conhecimento do Todo.
Ele viu o Segredo, penetrou o Mistério.
Ele revelou o que houve antes do Dilúvio.
Ele fez grandes viagens, até o limite de suas forças
e quando voltou em paz…
Ele gravou numa estela de pedra a narração de suas proezas
e construiu as muralhas de Uruk, nosso lar,
e as paredes do Templo de Eanna, o sagrado santuário.


Gilgamesh é o primeiro guerreiro cujas aventuras foram eternizadas nos contos babilônicos. Dois aspectos muito importantes de sua história: sua espada mágica e a sua descida ao inferno.
A Espada de Gilgamesh era capaz de cortar através de qualquer objeto, até mesmo do Cedro Sagrado, que era uma árvore mágica do conhecimento, guardada por Humbaba, o terrível, e cuja madeira seria usada para fazer as portas do grande templo de Enlil.

A espada de Gilgamesh possuía sete gemas e enquanto todas as jóias estivessem em seu lugar, a espada seria indestrutível e capaz até mesmo de matar demônios e deuses.

Mais tarde, temos na lenda de Ishtar também uma descida aos infernos, nas quais ela derrota 49 demônios guardiões dos 7 portais e a cada portal vai perdendo uma peça de roupa, até chegar nua ao centro do Inferno. Com isso, Ishtar se torna a senhora do paraíso, responsável pelas chaves dos portais, que somente eram abertos para aqueles que eram instruídos nos Mistérios.

As 7 gemas, as 7 peças de roupa, os 7 pecados capitais, os 7 níveis de castigo do Inferno de Dante estão todos ligados a conceitos alquímicos de purificação e renascimento. Uma imagem simbólica da espada de Gilgamesh pode ser vista na imagem ao lado, representando a Árvore da Vida e as sete gemas (na mitologia oriental são chamadas de esferas do Dragão… sim, as mesmas do Dragon Ball). Então temos como primeira parte do enigma uma espada mágica brilhante formada por 7 gemas e capaz de cortar qualquer coisa.





























SEGUNDA PEÇA DO QUEBRA CABEÇA.

A Espada flamejante bíblica.
E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.

Genesis 3, 24
A Genesis, como alegoria da Kabbalah, traça a queda do ser humano do Paraíso para a Terra, representada pelo Mundo Material e a queda do Reino Espiritual. O Caminho 17, Zain (espada), que no tarot representa o Arcano dos Enamorados, faz a ligação entre Binah e Tiferet, a Grande Mãe e entrada do Paraíso e o Cristo dentro de todos nós.
Esta espada também representa o Caminho do Trovão (nas mitologias grega e nórdica) que é a descida simbólica pela Árvore da Vida. Na maçonaria, a espada permanece sempre sobre a mesa do Venerável Mestre e no Oriente, que simboliza o além do Abismo, ou o Paraíso Perdido.

A Espada Flamejante é empunhada por um querubim e serve para impedir que os impuros consigam retornar ao Plano Divino, a menos que tenham dominado todo o conhecimento necessário. Posteriormente, tanto o querubim quanto as chaves de Ishtar foram adaptadas nas chaves de São Pedro, que adquire as características de “porteiro do Céu”, responsável por verificar quem tem o “nome na lista” (ou, em outras palavras, não tenha pecados / derrotado seus demônios). Aquele que não possui a espada (chaves), não pode entrar no Reino dos Céus.

TERCEIRA PEÇA DO QUEBRA CABEÇA.

Keter e a Coroa.
De acordo com a Kabbalah, a Sefira de Keter é a primeira, e está ligada ao Mundo de Adam Kadmon - Homem Primordial. Keter faz parte do triângulo superior ou supremo (junto a Hochma e Binah), que está além da nossa realidade física. Keter se situa no topo da coluna central (Pilar do Equilíbrio). A coroa normalmente está na cabeça do rei, mas não pertence ao corpo do rei, pertence ao reino (note que Malkuth quer dizer Reino).

Assim sendo, para cada ação existe um pensamento que a precede. Keter é a semente das manifestações que vão acontecer no mundo físico. É o potencial da manifestação. Imagine como uma semente de uma árvore que já contém toda a árvore dentro de si e que desaparece quando a árvore brota. Keter é a inteligência ardente que canaliza a Força da Luz da Criação para as demais Sefiroth. Funciona como um super computador que contém o inventário total do que cada um de nós é, alguma vez foi ou será. Como tal, não só é a gênese de nossas vidas neste reino da Terra, mas de todo pensamento, idéia ou inspiração que teremos enquanto estivermos em nossa jornada.

QUARTA PEÇA DO QUEBRA CABEÇA.

Acompanhe a imagem ao lado para a representação de cada um dos quatro elementos dentro da Árvore da Vida. Atente para o fato de que Malkuth (o Reino, o Plano Material, o Mundo do Creu) representa o elemento TERRA, ou pedra, da onde se origina a simbologia do homem ser feito de barro, mas ao mesmo tempo à imagem e semelhança de Deus (Keter), ou 1=10.

QUINTA PEÇA DO QUEBRA CABEÇA.

A Espada que decepou São João Batista
São João Batista é, depois de Jesus e Maria Madalena, a personalidade mais importante para os gnósticos, cátaros e templários (mas não confundir com São João padroeiro da Maçonaria, que é outro São João).

João Baptista foi um pregador judeu, do início do século I, citado por inúmeros historiadores, entre os quais estão Flávio Josefo e os autores dos quatro Evangelhos da Bíblia. Segundo a narração do Evangelho de São Lucas, João Batista era filho do sacerdote Zacarias e Isabel (ou Elizabete), prima de Maria, mãe de Jesus. Foi profeta e considerado pelos cristãos como o precursor do prometido Messias, Yeshua, além de ser considerado um dos grandes profetas do Islã.

Foi iniciado com Jesus nas pirâmides do Cairo e, de volta a Jerusalém, batizou muitos judeus, incluindo o próprio Jesus, no rio Jordão, e introduziu o batismo de gentios nos rituais de conversão judaicos, que mais tarde foram adotados pelo cristianismo.

O aprisionamento de João ocorreu na Pereia, a mando do Rei Herodes Antipas I no 6º mês do ano 26 d.C.. Ele foi levado para a fortaleza de Macaeros (Maqueronte), onde foi mantido por dez meses até ao dia de sua morte. O motivo desse aprisionamento apontava para a liderança de uma revolução (veja os posts antigos sobre a vida de Yeshua para traçar os paralelos entre esta cronologia e os acontecimentos de Yeshua e os doze apóstolos).

Herodias, por intermédio de sua filha, Salomé, conseguiu coagir o Rei na morte de João, e a sua cabeça foi-lhe entregue numa bandeja de prata e depois foi queimado em uma fogueira numa das festas palacianas de Herodes.

Os discípulos de João trataram do sepultamento do seu corpo e de anunciar a sua morte ao seu primo Jesus. Mais tarde, a espada que decepou João Batista tornou-se uma relíquia Templária.

Percival e a Espada de São João Batista
Dizia-se que era uma espada que estava condenada a falhar com seu dono no momento mais importante de uma jornada. Chretien de Troyes, em seu conto “The Story of the Grail”, escreve que esta espada mágica é dada a Percival quando ele chega no castelo do Graal, com o aviso de que quebraria em sua hora mais necessária. Mais tarde, Percival quebra a espada, mas é conduzido para uma forja guardada por duas serpentes e somente ali a espada pode ser consertada, e nos é explicada que a espada foi quebrada pela primeira vez muitas eras atrás, nos Portões do Paraíso (sacaram… Duas serpentes? Caduceu de Hermes? Paraíso?)

O nome Percival vem de Pierce Veil (ou “aquele que perfura o véu”), representando a espada (mente) que consegue atravessar o véu das ilusões.

SEXTA PARTE DO QUEBRA CABEÇA.



Muitos historiadores atribuem a espada Excalibur a Julio Cesar, Imperador de Roma. Quando Cesar tomou o poder, mandou forjar uma espada com seu nome que se denominava “Cesars Calibur” e guardava essa espada como um grande tesouro.

Quando foi morto, a espada junto com outros pertences, foi levada e guardada em um local secreto.Quando a expedição de Ricardo Coração de Leão estava a caminho de Jerusalém, parou em um mosteiro para passar uma noite e lá Ricardo ganhou de presente uma espada que já estava guardada a anos. Mas da palavra Cesars Calibur só se podia ver “E s Calibur”, devido ao envelhecimento da espada.

SÉTIMA PEÇA DO QUEBRA CABEÇA.

Espadas de Luz Celtas
As lendas do século VI e VII celtas narram aventuras onde jovens guerreiros são presenteados com espadas mágicas capazes de cortar qualquer coisa, seja ela material ou espiritual, mas que precisam se mostrar dignos de empunhá-las, caso contrário, elas se quebrarão no momento em que mais necessitarem dela.

Em um dos mais antigos contos gauleses, Peredur, um jovem herói, visita seus três tios com o objetivo de se tornar rei. Em cada um dos tios, ele é testado. Na primeira corte, seu tio lhe entrega uma espada e pede que ele corte através de uma coluna de ferro. Quando Peredur a golpeia, ele corta a coluna, mas quebra a lâmina no golpe. Seu tio pede que ele tente novamente e ele quebra mais uma vez tanto a coluna quanto a espada. Na terceira tentativa, ele destrói a espada e não consegue reconstruí-la. Para tanto, precisa passar por diversas aventuras, até se tornar merecedor da espada, quando finalmente ela é refeita e entregue a ele.
Mais tarde, voltaremos a Peredur nos contos do Graal, mas com o nome de sir Gawain.

Esta “quebra” da espada corresponde, simbolicamente, ao Abismo de Daath na Kabbalah.

OITAVA PEÇA DO QUEBRA CABEÇA.

Os Mitos irlandeses
Gael Bulg (ou Gael Bolga) é o nome da lança mágica do trovão, do herói Cuchulain. Esta lança mágica possui sete espinhos (que coincidência!) e possui diversos poderes, tendo sido fabricada a partir do esqueleto de uma serpente marinha chamada Coinchenn, morta em um combate contra outra serpente chamada Curruid. A heroína Scatchac entrega a lança a Cuchulain (os dois monstros marinhos guardavam as fronteiras da Terra, de maneira muito semelhante a serpente de Midgard na mitologia nórdica… novamente, árvores, serpentes e o número sete).

Caladbolg
Caladbolg é o nome da “espada do trovão”, a arma mágica empunhada pelo rei Fergus Mac Roich. Segundo historiadores, pode ser uma adaptação posterior da lenda de Gael Bulg, cuja lâmina foi adaptada para uma espada de duas mãos. Uma arma mágica, que traçava um círculo de luz quando se movimentava no ar.

Caledfwlch
Esta espada mágica aparece pela primeira vez no texto celta Culhwch and Olwen, de meados do século XI, onde é a arma mais preciosa do rei e utilizada pelo guerreiro Llenlleawg para matar o rei irlandês Diwrnach. Mais tarde, no conto “The Dream of Rhonabwy”, esta espada aparece novamente, desta vez nas mãos do Rei Arthur.
O escritor Geoffrey of Monmouth (1100-1155) latiniza Caledfwlch para Caliburnus no texto “History of the Kings of Britain”.

NONA PEÇA DO QUEBRA CABEÇA.

A Espada de Sigmurd
Nas lendas nórdicas, o herói Sigmurd remove a espada mágica que havia sido cravada por Odin na Árvore Barnstokkr (uma macieira considerada sagrada), na série de textos chamada “Volsunga Saga”, do século XIII e baseado em contos tradicionais do século V e VI. Odin havia decretado que somente aquele que fosse digno conseguiria remover a lâmina de dentro da árvore e seria digno de se tornar seu dono. Durante um combate, a espada é quebrada no momento mais crucial, mas depois de forjada novamente, se torna capaz de cortar uma bigorna ao meio.

Novamente, árvores, lâminas cravadas que se quebram no momento crucial, macãs…

A DÉCIMA PEÇA DO QUEBRA CABEÇA.

A pedra de Scone (Stone of Scone), a pedra que precisa ficar debaixo do trono do Rei da Inglaterra durante sua coroação. Já falei sobre ela em posts antigos, procurem! Esta pedra é tida como o travesseiro de pedra mencionado na Bíblia, na qual Jacó repousa a cabeça:
E chegou a um lugar onde passou a noite, porque já o sol era posto; e tomou uma das pedras daquele lugar, e a pôs por seu travesseiro, e deitou-se naquele lugar.
E sonhou: e eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela;
Genesis 28, 11-12

Esta pedra também é tida em alguns textos, especialmente no “The History of the Kings of Britain” como sendo a pedra na qual a espada do Rei Arthur estava cravada.

Montando o quebra-cabeças
Nos romances Arthurianos várias explicações são dadas para a posse da Excalibur por Arthur. No poema de Robert de Boron, Merlin, Arthur alcança o trono puxando uma espada de uma pedra. Nesse relato, esse ato não poderia ser feito se não pelo “verdadeiro rei”, ou seja, o verdadeiro herdeiro de Uther Pendragon. Esta espada é tida por muito como a famosa Excalibur e sua identidade se torna explicita no posterior Vulgate Suite du Merlin, parte das Prosas de Lancelot.

Mais tarde, em outros poemas, ele recebe esta espada da Dama do Lago e, na vulgata, ele consegue excalibur primeiro na pedra, depois a quebra e finalmente, a recebe novamente, consertada, pela Dama do Lago (que representa o elemento água, ou o emocional), em um percurso simbólico através de todas as sephiroth da Kabbalah.

Robert de Boron era um cavaleiro templário que viveu no século XII e foi o primeiro autor a dar ao mito do Graal uma vertente cristã. São deles os poemas “José de Arimatéia” e “Merlin”, bem como a “Morte de Arthur”, além do verso “Perceval”. Robert de Boron, mil anos antes de Dan Brown, já havia sugerido uma linhagem sagrada para Jesus… mas o descendente do rei Salomão só é revelado por Chretien de Troyes: Lancelot.

De acordo com Robert, José de Arimatéia ficou responsável por tomar conta do Santo Graal (Sangreal), que seria o cálice que recebeu o sangue de Jesus. A família de José de Arimatéia trouxe o Graal para Avalon (Ilha das maçãs, ou historicamente Glastonbury, local da primeira igreja cristã erigida na Inglaterra, em 65 DC).

A“Espada enterrada na terra” (ou relâmpago, ou escada) é um simbolismo para o próprio entendimento da Árvore da Vida e, através disto, o autoconhecimento. O caminho da espada desde ser removida da terra (Malkuth) até chegar a coroa (Keter) passa por todas as lendas acima, cada uma sendo uma visão ligeiramente diferente da mesma coisa, porém dentro do mesmo simbolismo.

O mito da “espada de luz que só pode ser empunhada pelo escolhido, ou por aquele que a merecer” é um arquétipo universal que existe até os dias de hoje, representando o autoconhecimento e o domínio sobre si mesmo. Isso para não falar em “reis com espadas quebradas” do Tolkien.

Fonte: http://www.sedentario.org/colunas/teoria-da-conspiracao/rei-arthur-...



O ARQUETIPO DO GRAAL: A pureza de Parzival

Parzival (Wolfram d'Eschenbach): "Tudo aquilo com que se alimentam, lhes vêm de uma pedra preciosa, que, em sua essência, é toda pureza. Se não conheceis, os direi seu nome: se chama Lapsit exillis. Mediante a virtude da dita pedra, a fênix se consome e se transforma em cinzas, porém das cinzas renasce a vida: graças a essa pedra a fênix realiza sua muda para reaparecer com todo seu brilho, mais belo do que nunca. Não há homem enfermo que, em presença dessa pedra, não está seguro de escapar da morte durante toda a semana que segue ao dia em que a tenha visto. Quem a vê, cessa de envelhecer. A partir desse dia em que essa pedra lhes aparece, todas as mulheres e todos os homens recuperam a aparência que tinham na época em que estavam em plenitude de forças. Se estiverem em presença da pedra durante duzentos anos, não morreriam: só seus cabelos se tornaram brancos. Essa pedra outorga tal vigor ao homem que seus ossos e sua carne recuperam de pronto sua juventude. Também recebe o nome de Graal...Cada sexta-feira santa (uma paloma) lhe dá a pedra a virtude de proporcionar as melhores bebidas e os melhores manjares...No paraíso não há nada mais delicioso...A pedra, ainda, procura para seus guardiães, caça de todo tipo" (Tradução francesa de Ernest Tonnelat, II, pp. 36-37)

Wolfram, em sua narração, considera o Graal como sendo uma grande esmeralda e sobre essa esmeralda há um poder que é trazido cada sexta-feira santa por uma paloma, algo que, simbolicamente, significa que a dita pedra possui um poder espiritual, ou de origem espiritual. Uma vez mais, o Graal é um recipiente, aqui na forma de um prato de esmeralda.

Existe uma outra lenda célebre de outra pedra mágica na tradição irlandesa, que se trata da "Pedra de Fal", que é a Pedra da Soberania. A Pedra Fal encontrava-se em Tara e quando um homem deveria ascender à realeza, ela gritava de maneira que todo mundo podia ouvi-la. Essa pedra não só poderia se comparar ao Graal, mas também desempenha um papel na própria busca do Graal.

Quando o rei Arthur funda a Távola Redonda, Merlim, o Encantador, lhe dá o seguinte conselho:

-"A direita de meu senhor o rei, sempre haverá um assento vazio em memória de Nosso Senhor Jesus Cristo, nada se poderá colocar ali, para não correr o perigo de ter a mesma sorte de Moisés, que foi engulido pela terra, exceto o melhor cavaleiro do mundo, que conquistará o Santo Graal e conhecerá seu sentido e verdade".

Se trata, pois, do Assento Perigoso, sobre o qual só deve sentar-se o Eleito. Quando Percival se sentou nele, imediatamente a pedra, debaixo do assento se dividiu, e gritou num tom de angústia que a todos pareceu que o mundo ia precipitar-se num abismo. Percival era indigno de sentar no assento e ao sentar-se nele, causou a enfermidade do Rei Pescador. E, o Rei Pescador só podia ser curado por aquele que levasse a cabo as aventuras do Graal: então a pedra voltaria a soldar-se. O caráter de Percival era demasiadamente pagão para ser o Herói do Graal. Então se prepara a entrada de Galaad o Puro, de tradições celtas. Assim, na versão completamente cristianizada do mito senta-se Galaad (filho de Elaine e Lancelot) no Assento Perigoso, sem que nada se suceda.

A Busca do Graal é uma luta sangrenta entre os membros da comunidade para apropriar-se da soberania, sendo dita soberania a Mulher, a Rainha ou Deusa, imagem simbólica da Mãe toda poderosa cujos filhos somos todos nós.

Agora sabemos o sentido profundo dessa busca que enfrentam os homens pela possessão da Mulher, e também o sentido que convêm dar a "Soberania".

O GRAAL CRISTÃO
No período cristão, a cabeça cortada, os caldeirões e as pedras filosofais se transformam no cálice ou prato que Jesus Cristo utilizou na última ceia para instituir o sacramento da eucaristia. Embora as aplicações anteriores não se percam completamente, agora estamos diante de um posicionamento paternalista, que irá sepultar todas as qualidades femininas do Graal e sua associação com a Deusa, ou seja, sua atenção passará do terreno material para o espiritual.

O Graal passa para as mãos masculinas de José de Arimatéia, não é mais carregado por sua portadora original. Arimatéia é um homem rico que se encarregou do corpo de Jesus depois da crucificação e encarregado de o sepultar. Num cálice recolheu algumas gotas do sangue sagrado.

Como o Santo Graal, possui propriedades milagrosas e confere a seus proprietários um vínculo especial com Deus. Foi construída uma mesa para depositá-lo, em memória da mesa da última ceia. Os parentes e amigos de José de Arimatéia o transportaram à Britânia, aos vales de Avalon, que poderiam estar localizados em pleno coração de Sommerset, a futura localidade de Glastonbury.

A lenda assim, está claramente entroncada com as origens da abadia de Glastonbury, embora suas fontes e inter-relações permaneçam obscuras. Passou depois a diversos protetores do Graal, descendentes de José de Arimatéia, que viveu em um misterioso castelo chamado Corbenic. O Graal, embora oculto, conferiu à Britânia um lugar privilegiado na cristandade, e serviria de veículo de uma visão especial ou revelação à qual teria acesso o buscador que a merecesse.

Nos primeiros tempos do rei Arthur, o encarregado da custódia do Graal era Pelles, que em dado momento decide que chegou a hora para nascer um novo merecedor do Graal. Deveria ser um cavaleiro perfeito da estirpe de José, ou como o próprio Pelles.

Pelles tinha uma filha, Elaine e quando Lancelot chega a Corbenic, é o próprio Pelles, que entorpecendo-o com uma poção mágica, o faz acreditar que tem um encontro amoroso com Guinevere e não com sua filha. Assim, Elaine concebe um filho, que se chamará Galaad e será o cavaleiro mais perfeito que possa-se imaginar. É ele que ocupará o Assento Perigoso na Távola Redonda.

O Graal tinha passado da Britânia a um país distante, Sarras. Galaad, se dirige para lá, acompanhado por Percival e de Bors, um primo de Lancelot. É em Sarras onde alcança a visão suprema...e morre. Nenhum dos outros conseguiu. O final da procura está repleto de dor e, quando se alivia a dor porque já passou tudo, Camelot já não voltará a ser o que foi.

INICIAÇÃO AO GRAAL

Nas lendas arturianas dos séculos cristãos, está clara a iniciação que é retratada na procura do Santo Graal. Conta-se que todo aquele que saía a sua procura, tendo encontrado o castelo do Graal, tinha que passar por um certo teste. Se assim fizesse, o Rei Pescador seria curado e as Terras Desoladas tornar-se-iam férteis outra vez. P teste consistia em perguntar o que significavam as maravilhas que via, quando os objetos sagrados eram expostos, e a quem o cálice do Graal servia. Se não perguntasse, o castelo, o rei, o Graal, tudo se dissolveria como um sonho e as terras permaneceriam estéreis, até que ele ou um outro pudesse alcançar o castelo novamente, quando haveria uma segunda chance de fazer a pergunta.

Quando, Percival pela primeira vez alcançou o castelo do Graal, ficou tão dominado pelo terror e admiração, causado pela misteriosa procissão do Graal e da Lança e com seus seguidores que não perguntou sobre eles. Gawain, da mesma maneira, foi dominado pelo sono no momento crítico, de maneira que também não perguntou o seu significado.

Aqui vemos que é a compreensão que liberta a paralisia da inconsciência. Ver as imagens do inconsciente não é o bastante. Ao menos que entendamos seu significado permanecemos espiritualmente crianças, sujeitos ao feitiço do destino.

O inconsciente é uma presença poderosa e contínua. Toda a vida existe a partir dessa noite interior e fecunda sobre tudo o que fazemos, pensamos e sentimos. Somos todos cálices que contêm tesouros. No entanto, aspectos desses tesouros são mais escuros e mais perigosos do que nos permitimos imaginar. Quando o inconsciente se ilumina, suas forças escuras nos libertam. No entanto, é precisamente nesse limiar que cada indivíduo é guardião e sujeito da própria transformação. A maçaneta está do lado interno da porta, mas cabe somente a nós ter coragem para abri-la.

TERRA DESOLADA

A vida atualmente teria alcançado uma paralisação. E assim, inesperadamente, o excesso de bem caiu em seu oposto e tornou-se o excesso do mal. Essa condição de estagnação corresponde a condição do mundo na lendas do Graal, onde a doença do Rei Pescador se reflete em seu país, transformando-o na Terra Desolada.

A Terra Desolada é o retrato de um grande número de indivíduos como também de nações ocidentais em geral. A atitude nacional em relação à vida, com sua tentativa de controlar a natureza em toda sua criação e destruição, resultou numa unilateridade que caiu em seu oposto. Todos os valores emocionais não considerados acumularam-se no inconsciente, enquanto a atitude consciente tem se tornado seca e insatisfatória por causa da ausência daqueles elementos que foram drasticamente eliminados.

Mas a energia emocional, confinada no inconsciente pode explodir violentamente em nossa vida ordenada cotidiana. Se assim fizer irá derrubar as amarras do seguro e do familiar, construídos pelo costume e convenção. Quando tal erupção ocorrer, uma grande inundação afetará não somente um indivíduo, mas comunidades inteiras, talvez até nações. Esse dilúvio, ao invés de rejuvenescer a vida nacional, ameaçará remover todos os limites estabelecidos pelo homem e arrastará o mundo de volta ao caos original, a partir do qual todas as civilizações humanas foram construídas a tão alto preço. Não faltam indicações, atualmente, de que as marés estão subindo no inconsciente, tanto dos indivíduos como das nações. Se essas marés irromperem violentamente, um dilúvio pode uma vez mais devastar o mundo, obliterando as realizações da civilização humana.

Fonte: Templo das Estrelas de Glastonbury
http://www.rosanevolpatto.trd.br/graal.html
Por: Lisa Teixeira
Fevereiro / 2010